Santo André

A manifestação contou com grande adesão de professores e outros profissionais

Ato público reúne mais de 3 mil trabalhadores em defesa da valorização profissional e denuncia sucateamento dos serviços públicos

Na tarde da última terça-feira (29), cerca de 3 mil servidores e servidoras de Santo André lotaram o Paço Municipal durante um ato público organizado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindserv), em defesa da campanha salarial e da valorização profissional. A paralisação foi aprovada em assembleia realizada no dia 23, com a participação de servidores da ativa e aposentados. Com cartazes que estampavam frases como “Em defesa de profissionais de inclusão nas escolas”, “Educação se faz em equipe” e “2% é uma piada”, a categoria rejeitou a contraproposta da prefeitura, que ofereceu um reajuste de 4% parcelado em duas vezes. Os servidores consideram a proposta insuficiente e desrespeitosa, argumentando que o valor não cobre as perdas salariais acumuladas. Além disso, destacam o impacto do aumento do custo de vida, com altas nos preços de alimentos, transporte, aluguel e outras despesas essenciais. Durante o protesto, Daisy Dias, diretora do Sindserv e da Confetam-CUT, enfatizou a relevância da mobilização para destacar os desafios enfrentados pelos trabalhadores da Educação. “Nossa aula hoje foi na rua. Denunciamos os inúmeros problemas nas escolas, desde a falta de materiais básicos até a ausência de profissionais de inclusão. Queremos respeito e valorização de verdade”, afirmou. A manifestação contou com grande adesão de professores e outros profissionais da Educação. Servidores de diversas outras áreas também participaram, incluindo Saúde, CRAISA, SOSP, Paço Municipal, Guarda Civil Municipal (GCM), Trânsito, SEMASA e Funerária. Os trabalhadores reivindicam um reajuste salarial de 16,14%, percentual calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Desse total, 5,60% correspondem à reposição da inflação acumulada até a data-base, em abril, enquanto os 13,9% restantes visam recompor o poder de compra perdido nos últimos anos. Além das questões salariais, a categoria denuncia o sucateamento de diversos setores da administração pública. Relatam a escassez de profissionais em áreas essenciais, a falta de equipamentos e materiais, estruturas deterioradas, jornadas exaustivas e a ausência de servidores qualificados para atender estudantes com deficiência (PCDs). Para os trabalhadores, esse cenário de precarização afeta diretamente a qualidade dos serviços prestados à população. Após o ato, os servidores decidiram dar continuidade às negociações com a Prefeitura na próxima segunda-feira (5). Também foi marcada uma nova assembleia para o dia 6, às 18h, na sede do Sindicato.