Rio Grande da Serra

"Rio Grande ficar de fora é sem justificativa”

Tabela SUS Paulista representa um avanço importante na saúde pública de São Paulo. Corrigir a defasagem histórica nos valores pagos pelo SUS federal às instituições filantrópicas é medida urgente e estratégica. Com repasses que podem chegar a cinco vezes o valor da tabela nacional, o programa estadual injeta fôlego financeiro a entidades que há anos sustentam o atendimento hospitalar em regiões populosas — como o Grande ABC.No entanto, a distribuição dos recursos revela um desequilíbrio preocupante. Das sete cidades da região, apenas Rio Grande da Serra ficou de fora. A exclusão é injustificável. Mesmo com menor estrutura, o município também depende de serviços filantrópicos e enfrenta demandas crescentes na rede pública. Deixar a cidade sem repasses é reforçar desigualdades históricas. Santo André, São Bernardo e Diadema foram, corretamente, os maiores beneficiados, em razão de sua rede hospitalar mais ampla. Ribeirão Pires e Mauá receberam valores mais modestos, ainda assim importantes. Mas a ausência de Rio Grande da Serra exige explicações — e correção urgente.Políticas públicas devem ser universais, sobretudo quando envolvem saúde. O acesso ao atendimento de qualidade não pode ser privilégio de alguns municípios. A Tabela SUS Paulista é um bom começo, mas precisa ser ampliada com critérios mais justos. A saúde regional exige equidade — e isso passa por incluir todos. Inclusive Rio Grande da Serra.