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Mauá

Paola Labruna Dias Storino está em tratamento desde 27 de fevereiro, quando recebeu a primeira sessão de quimioterapia

Moradora de Mauá relata descaso de operadora de saúde; Justiça impõe multa de até R$ 5 milhões e bloqueia R$ 150 mil das contas da empresa

A moradora de Mauá, Paola Labruna Dias Storino, de 34 anos, está enfrentando uma batalha além do câncer de mama. Paciente oncológica desde fevereiro, ela denuncia que uma operadora de saúde descumpre uma liminar judicial que garante a continuidade de seu tratamento no hospital IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer) Oncologia, na capital. Segundo seu relato, três sessões de quimioterapia já foram perdidas devido ao impasse. “Sou paciente oncológico, tenho uma liminar para dar continuidade ao meu tratamento no hospital IBCC e eles não cumpriram desde o dia 29 de maio. Estou com três sessões de quimioterapia atrasadas por conta desse descaso do convênio”, afirma. A liminar foi concedida em 28 de maio, com tutela de urgência. Mesmo com a ordem judicial em mãos, Paola relata que o hospital ainda não recebeu autorização formal para retomar os atendimentos. “O IBCC está com outros três casos parecidos, informou que contatou o jurídico e comercial da empresa de saúde mas que estão aguardando a liberação do convênio para que possa retomar nossos atendimentos.” O drama se estende também nas tentativas de diálogo com o plano. “A operadora não falou nada a respeito do descumprimento da decisão judicial. Um advogado deles respondeu ao meu advogado que da parte jurídica estava liberado e que estava com o IBCC, que poderia agendar os procedimentos. Porém, ao ligar no IBCC, eles disseram que ainda não estão autorizados pelo convênio a realizar os atendimentos.” Sem respostas, Paola levou o caso às redes sociais, onde publicou uma nota de repúdio e buscou apoio de figuras públicas. “Marquei pessoas influentes, como Celso Russomano, advogados que atuam na área, mas até agora não obtive resposta. Cheguei a ir no escritório da equipe do Russomano também. E o advogado que está cuidando do meu caso orientou que a gente fosse pra mídia, redes sociais e tentar essa liberação de todo jeito.” O desgaste emocional causado pela interrupção do tratamento preocupa. “É uma situação muito desgastante, desagradável tanto fisicamente quanto emocionalmente. Já estive presente na sede da empresa duas vezes no intuito de agilizar essa liberação, mas não resolveu. Emocionalmente, acho que chega a ser pior, porque estou lidando com uma doença séria e grave. Os desafios relacionados à doença e ao tratamento já são extremamente difíceis, e agora ter um direito que já foi ordenado por um juiz não ser cumprido é muito triste! O medo nessa situação é constante.” Paola está em tratamento desde 27 de fevereiro, quando recebeu a primeira sessão de quimioterapia. Os ciclos que deveriam ter ocorrido nos dias 29 de maio, 3 de junho e 12 de junho não foram realizados. Diante do descumprimento da liminar, a Justiça determinou medidas mais severas contra o convênio médico. A multa diária foi aumentada para R$ 50 mil e o valor total poderá chegar a até R$ 5 milhões, caso a empresa continue desobedecendo a decisão. Além disso, o juiz responsável pelo caso determinou o bloqueio de R$ 150 mil das contas do convênio para garantir o custeio das sessões restantes de quimioterapia e demais procedimentos necessários ao tratamento da paciente. Procurada pelo Jornal Folha , a operadora informa que o tratamento da paciente está autorizado a ser realizado no hospital indicado na ação judicial, com consulta e administração de medicação já agendadas. O convênio explica que houve uma recente alteração na composição da rede credenciada, mas que, em respeito à liminar, o atendimento será feito na unidade escolhida. A empresa ressalta que todas as liberações são feitas conforme protocolos técnicos e clínicos adequados e garantiu que “não houve, em nenhum momento, negativa para a medicação prescrita”. Ainda segundo a operadora, “a empresa está em contato com a paciente para oferecer acolhimento e prestar todo o suporte necessário durante o processo”.