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Negociação deste ano foi uma das mais tensas dos últimos períodos, marcada por impasses e forte mobilização da categoria

Assembleia aprovou reajuste de 6% nos salários, 10% no vale-alimentação e pagamento de uma hora extra quando a jornada incluir duas horas de refeição

Na tarde desta sexta-feira (6), o Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC (Sintetra) decidiu, em Assembleia Geral do Setor Urbano, aceitar a proposta patronal apresentada no âmbito da Campanha Salarial 2025/2026. Com isso, foi descartada a greve que estava prevista para atingir o transporte coletivo nas sete cidades da região. A negociação deste ano foi uma das mais tensas dos últimos períodos, marcada por impasses e forte mobilização da categoria. Em 27 de maio, o Sintetra já havia realizado duas assembleias — pela manhã e à tarde — que rejeitaram por unanimidade a proposta inicial dos empresários, considerada insuficiente. O índice proposto, de 5,32%, correspondente ao INPC acumulado entre maio de 2024 e abril de 2025, geraria um acréscimo de R$ 225,39 no salário base dos motoristas, atualmente em R$ 4.236,68. Além disso, o vale-alimentação subiria de R$ 856,10 para R$ 901,64, e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) teria o mesmo percentual de reajuste, parcelado em duas vezes. As propostas foram amplamente rejeitadas pela categoria, que apontou defasagem nos valores, especialmente em relação ao custo de vida e à inflação dos alimentos. A pauta dos rodoviários incluía também ganho real de 8%, vale-alimentação superior ao oferecido, unificação dos salários entre motoristas de ônibus convencionais e “mídis” (micrões), e equiparação da PLR entre motoristas com e sem cobrador. Durante assembleia realizada em 4 de junho, a categoria ainda demonstrava forte resistência às propostas patronais, o que aumentava a expectativa de deflagração da greve. Contudo, uma nova contraproposta foi apresentada pelas empresas e acabou sendo aprovada nesta sexta-feira. O acordo fechado prevê reajuste salarial de 6%, aumento de 10% no vale-alimentação e 7% na PLR. Também foi incluída uma mudança importante na jornada: o fim das duas horas de refeição sem pagamento. Com a nova regra, caso o trabalhador faça duas horas de refeição, uma delas deverá ser paga como hora extra. Embora os índices não contemplem integralmente as reivindicações iniciais, a aprovação foi suficiente para encerrar o movimento grevista e garantir a manutenção do serviço nas cidades de Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema. A Guarda Municipal, os órgãos de trânsito e demais setores públicos haviam sido mobilizados preventivamente para o caso de paralisação. Com a aprovação da proposta, o transporte público segue funcionando normalmente, e o Sintetra continuará acompanhando a implementação dos ajustes acordados.