Ribeirão Pires

Equipamento de proteção venceu no último dia 4 de dezembro

Processo de aquisição foi iniciado em agosto, mas Secretaria de Administração e Finanças afirmou não ter recursos financeiros

A Guarda Civil Municipal (GCM) de Rio Grande da Serra pode encerrar o ano de 2024 sem condições de atuar nas ruas. Desde o dia 5 de dezembro, as atividades externas do efetivo — como operações e patrulhamento preventivo — estão suspensas devido à falta de coletes balísticos. A aquisição dos equipamentos de proteção não foi concretizada pela gestão da prefeita Penha Fumagalli (PSD), por falta de verba, segundo o comandante João Vitor Rocha Amado.A crise veio à tona durante a inauguração da nova base da GCM, realizada na última quarta-feira (11). O evento marcou a transferência da corporação para o prédio do antigo Fórum de Rio Grande da Serra. Apesar da solenidade, foi possível notar o efetivo fardado e armado, mas sem o uso dos coletes à prova de balas. Segundo informações, os equipamentos utilizados até então foram fabricados em 4 de dezembro de 2019, com validade de cinco anos, período que se encerrou neste ano. Após essa data, os coletes deveriam ter sido substituídos ou reavaliados, o que não ocorreu.Durante o evento, a prefeita oficializou a entrega de armamentos e munições adquiridos por meio de uma emenda parlamentar da deputada Carla Morando (PSDB) e de uma doação da Prefeitura de Limeira. No entanto, nenhuma menção foi feita sobre a situação dos coletes.Um comunicado assinado pelo comandante Amado em 5 de dezembro enfatizou que “não há possibilidade de compras nem de reavaliação das placas balísticas”. Em nota enviada à Folha na quarta-feira (11), o comandante confirmou que o processo de compra dos coletes foi iniciado em agosto deste ano. Contudo, a Secretaria de Administração e Finanças não autorizou a liberação da dotação orçamentária necessária.“Informaram por diversas vezes que não há recursos financeiros. Também foram enviados memorandos solicitando a necessidade de efetivar a compra”, destacou o comandante.Ano novo, problema antigoCom o fim de 2024 se aproximando e, consequentemente, o término da gestão de Penha Fumagalli, tudo indica que o processo de aquisição de novos coletes balísticos será adiado para 2025, quando a administração passará a ser comandada por Akira Auriani (PSB).Em entrevista à Folha, o prefeito eleito comentou a atual situação da Segurança Pública e afirmou que buscará parcerias com o Governo do Estado e a União, além de explorar alternativas para captação de recursos, como emendas parlamentares e convênios, a fim de garantir os investimentos necessários.“É inadmissível que nossos profissionais atuem sem os equipamentos de proteção adequados, pois isso compromete tanto a segurança individual quanto a eficiência no atendimento à população. Nos primeiros dias de gestão, faremos um levantamento detalhado das necessidades mais urgentes da GCM, priorizando a aquisição de novos coletes balísticos e outros equipamentos indispensáveis para a proteção dos agentes”, destacou Auriani.O prefeito eleito também confirmou que será elaborado um plano estratégico para reestruturar a corporação da GCM, incluindo a modernização de equipamentos, capacitação contínua e ampliação do efetivo. “Esse será um esforço conjunto, porque acreditamos que a segurança pública só pode ser garantida quando os profissionais estão devidamente preparados e protegidos, além de contarem com o apoio da comunidade e da Administração”, finalizou.