Brasil

Mais de 10 mil brasileiros morreram em decorrência do câncer renal nos últimos seis anos

Doença afeta mais de 10 mil brasileiros por ano e pode ser curada se detectada precocemente

No Dia Mundial do Câncer de Rim, celebrado neste mês, especialistas reforçam o alerta sobre a importância do diagnóstico precoce de uma doença que, muitas vezes, evolui de forma silenciosa. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 10 mil brasileiros morreram em decorrência do câncer renal nos últimos seis anos. Nesse mesmo período, mais de 18 mil pacientes passaram por nefrectomia — cirurgia de retirada parcial ou total do rim — pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o nefrologista Dr. Bruno Piubelli, da Fênix Nefrologia, o tipo mais comum da doença é o carcinoma de células renais, que atinge principalmente homens entre 50 e 70 anos. Já entre as crianças, o destaque vai para o tumor de Wilms, responsável por cerca de 7% dos casos pediátricos de câncer. <h4>Sintomas raros no início dificultam diagnóstico </h4>O grande desafio do câncer de rim está justamente na sua fase inicial, quando normalmente não apresenta sintomas. Muitas vezes, o diagnóstico ocorre de forma incidental, durante exames de imagem solicitados por outros motivos, como ultrassom, tomografia ou ressonância magnética. Quando os sintomas aparecem, os sinais mais comuns incluem: <ul><li>Presença de sangue na urina;</li><li>Dor na lateral do abdômen ou região lombar;</li><li>Inchaço abdominal e nas pernas;</li><li>Febre persistente sem causa aparente;</li><li>Perda de peso e apetite;</li><li>Fadiga intensa e anemia. </li></ul><h4>Fatores de risco </h4>O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer renal, dobrando a probabilidade de desenvolvimento da doença em comparação com não fumantes. Outros fatores associados incluem: <ul><li>Hipertensão arterial;</li><li>Obesidade;</li><li>Sedentarismo;</li><li>Histórico familiar da doença;</li><li>Exposição a substâncias tóxicas, como amianto e derivados de petróleo;</li><li>Doenças hereditárias;</li><li>Pacientes com doença renal cística em tratamento de diálise. </li></ul><h4>Papel dos rins no organismo </h4>Além de filtrarem substâncias tóxicas como ureia, creatinina e ácido úrico, os rins são fundamentais para funções hormonais. Eles regulam a pressão arterial (por meio da renina), estimulam a produção de glóbulos vermelhos (eritropoetina) e participam do metabolismo da vitamina D, essencial para o equilíbrio de cálcio no corpo. <h4>Diagnóstico precoce salva vidas </h4>Quando detectado no início, o câncer renal tem altas chances de cura, especialmente com a remoção cirúrgica do tumor ou do rim afetado. Em casos localizados, a nefrectomia pode garantir um prognóstico positivo e significativa elevação da sobrevida do paciente. O Dr. Bruno destaca a importância da conscientização sobre sinais como sangue na urina e dor lombar persistente, além de reforçar o papel do ultrassom abdominal nos exames de rotina. “Adotar hábitos saudáveis como não fumar, manter o peso ideal, praticar atividades físicas e realizar check-ups regulares é essencial para prevenir a doença e garantir um diagnóstico precoce”, orienta o especialista.