Ribeirão Pires

Programa foi sancionado pelo governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas

Lista foi divulgada pelo vereador da cidade de São Paulo Toninho Vespoli; informação não foi confirmada pela Seduc-SP

Uma lista divulgada pelo vereador da cidade de São Paulo Toninho Vespoli (Psol) aponta que Ribeirão Pires conta com nove escolas estaduais elegíveis ao programa de escolas cívico-militares proposto pelo Governo do Estado. O documento foi divulgado no site do parlamentar, mas não foi confirmado como verídico pela Secretaria de Educação (Seduc-SP). A informação é do Diário do Grande ABC.O prazo limite para as unidades escolares encaminharem suas candidaturas terminou na última sexta-feira (28). Até o momento, a lista oficial não foi revelada pela Seduc, no entanto a relação publicada por Vespoli mostra pelo menos 125 escolas elegíveis na região do Grande ABC.Em nota enviada do Diário, a pasta afirmou que as unidades interessadas poderão ou não aprovar o modelo junto às comunidades escolares, com base nas manifestações de interesse, e esclareceu que não houve divulgação de lista prévia de unidades.Na cidade de Ribeirão Pires, segundo o documento apresentado pelo vereador, as escolas Senador Casemiro da Rocha, Professora Judith Ferreira Piva, Álvaro de Souza Vieira, Dona Anna Lacivitta Amaral, Professor Casemiro Poffo, Farid Eid, Doutor Felício Laurito, João Roncon e Dom José Gaspar estariam entre as elegíveis para manifestação.São Bernardo do Campo aparece com o maior número de escolas (48 unidades), seguida por Santo André (38), Diadema (14), Mauá (9) e São Caetano do Sul (7). Rio Grande da Serra não aparece relacionada na lista.Sindicato dos professores é contrário ao programaEm entrevista à Folha, a coordenadora da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), subsede Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Neusa Nakano, questionou a medida do governador ao ressaltar que a verba para custear o programa - avaliada em R$ 7,2 milhões - sairá do orçamento da Secretaria de Educação.“Na prática, o governador vai tirar mais dinheiro da Educação para pagar policiais que já estão aposentados. O questionamento da Apeoesp e de toda categoria é: se tem dinheiro para contratar quem já está aposentado, por que não valorizar com melhores salários e condições de trabalho de quem já está atuando na Educação Pública paulista? Por que não contratar mais Agentes de Organização Escolar? Por que não investir na contratação de mais psicólogos, de assistentes sociais, mais merendeiras, professores para melhorar a infraestrutura?”, indagou.Segundo a coordenadora, o projeto tem a intenção de ludibriar a população com a falsa sensação de que a presença policial dos policiais solucionará os problemas de indisciplina. Ela ainda ressaltou que atuação dos militares deve sim ser reforçada, mas além dos muros. Dentro, a escola deve ser um local de educação, cultura e lazer.“Escola é espaço de liberdade, pluralidade de ideias, concepção pedagógicas, diálogo, trabalhar o conhecimento, e não um local de imposições e rigidez destinadas a dominar, subjugar e impor. Educação pública, financiada com recursos públicos, deve assegurar formação sólida em condições de igualdade para todos e todas, ministrada por professores e professoras, não por militares”, finalizou.