São Bernardo do Campo

Segundo deputado, valor foi dividido em duas partes - R$ 7,7 milhões  para a alça da Anchieta em direção à Lions e $ 4,8 milhões para a conexão São Bernardo–São Paulo

A reabertura do antigo acesso ao km 16 da Rodovia Anchieta pela Avenida Lions, em São Bernardo do Campo, trouxe de volta uma ligação viária conhecida dos motoristas, mas também reacendeu a cobrança por transparência e respeito ao uso do dinheiro público. O principal destaque do episódio é a atuação do deputado federal Alex Manente (Cidadania), autor de uma emenda parlamentar de R$ 12,5 milhões destinada especificamente ao projeto viário no local — verba suficiente para financiar as duas alças de acesso previstas originalmente.Segundo Manente, o valor foi dividido em R$ 7,7 milhões para a alça da Anchieta em direção à Lions, beneficiando bairros como Paulicéia, Taboão e Rudge Ramos, e R$ 4,8 milhões para a conexão São Bernardo–São Paulo. No entanto, apenas esta última foi executada até o momento, o que gerou revolta.“A obra no km 16 da Anchieta é uma piada de mau gosto. Fui enganado. É desrespeito com o dinheiro público”, afirmou o deputado.A polêmica envolve ainda a gestão anterior. O projeto, lançado em 2024 por Orlando Morando, previa a entrega em etapas. O atual prefeito Marcelo Lima (Podemos), ao reabrir na segunda-feira (16) o antigo acesso com nova faixa de rolamento, criticou o traçado deixado pelo antecessor e instaurou sindicância para apurar eventuais falhas e gastos sem resultado prático.Enquanto o novo acesso permanece fechado à espera da conclusão da auditoria, a prefeitura optou por reativar a ligação antiga, com ajustes na sinalização e instalação de balizadores. A medida visa melhorar o fluxo de cerca de 44 mil veículos diários que cruzam a Avenida Lions.A reabertura teve custo estimado de R$ 800 mil, enquanto o acesso novo, ainda inutilizado, teria consumido mais de R$ 32 milhões entre obras e desapropriações, segundo o próprio prefeito.A polêmica permanece: de um lado, o governo atual busca respostas e aponta falhas herdadas; de outro, Alex Manente cobra a execução integral do projeto para o qual destinou recursos — e espera ver as duas alças funcionando, como previa o planejamento original. O motorista, no meio de tudo isso, continua preso no trânsito e sem acesso pleno às melhorias prometidas.