Ribeirão Pires

São Bernardo do Campo

Se essa moda pega... Ex-prefeito com segurança paga pela Prefeitura?

A Prefeitura de São Bernardo do Campo quer garantir escolta armada feita pela Guarda Civil Municipal (GCM) a ex-prefeitos por até quatro anos após o fim do mandato. A medida, proposta originalmente pelo ex-prefeito Orlando Morando, foi considerada inconstitucional pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, mas o atual prefeito Marcelo Lima (Podemos) recorreu e tenta reverter a decisão. A argumentação da Prefeitura é de que a cidade enfrenta altos índices de criminalidade e que ex-mandatários ficam expostos a riscos após deixarem o cargo. Para Lima, oferecer segurança seria uma “medida racional”. Mas se essa ideia for aceita, qualquer cidade brasileira poderá reivindicar o mesmo. A conta, claro, fica para o contribuinte. O cálculo feito por opositores da medida estima que a proteção de um único ex-prefeito custaria ao menos R$ 600 mil por ano, fora despesas extras com carros, combustível, armamento e alimentação.Proteção de ex-prefeitos: prerrogativa ou privilégio?A Procuradoria de São Bernardo sustenta no recurso que a cidade faz parte de uma região violenta e que ex-prefeitos seriam alvos potenciais, principalmente quando enfrentam interesses ilícitos ou enfrentam facções criminosas. A gestão municipal, diz a peça, “envolve decisões moralizadoras e enfrentamento ao crime, o que torna a proteção racional e proporcional”. A tese, no entanto, foi rebatida com firmeza pelo Tribunal de Justiça. Para a desembargadora Cristina Zucchi, não há como equiparar os riscos enfrentados por prefeitos aos de presidentes e governadores. “Enquanto chefes de Executivo federal e estadual coordenam políticas de repressão ao crime organizado e administram presídios, prefeitos não exercem esse tipo de atribuição. As realidades são distintas”, argumentou.Guto Volpi processa críticos e adversários políticos em Ribeirão PiresO prefeito de Ribeirão Pires, Guto Volpi (PL), adotou uma postura agressiva contra críticos nas redes sociais e na imprensa local. Nos últimos meses, decidiu acionar judicialmente páginas de notícias, jornais e opositores que publicam críticas à sua gestão. O mais recente alvo foi seu adversário na eleição de 2024, Gabriel Roncon, processado por postagens com teor político e no entendimento do alcaíde, com teor difamatório. A ofensiva jurídica tem gerado preocupação sobre o uso do aparato público para silenciar vozes dissonantes e restringir a liberdade de expressão. A estratégia de Volpi tem sido vista por muitos como tentativa de intimidar opositores e blindar sua imagem. Será esse o caminho correto ou seria melhor trabalhar para reverter a rejeição?