Ribeirão Pires

Engenheira Civil Isabella Lara protocolou a denúncia no último dia 31

Suspeita é que o prefeito Guto Volpi usou funcionários públicos em obra paga para empresa

A moradora de Ribeirão Pires e engenheira civil, Isabella Cristina Lara da Silva protocolou, na última quarta-feira (31), no Ministério Público de São Paulo, uma denúncia envolvendo a contratação de uma empresa pelo governo municipal para realizar a reforma do Terminal Rodoviário e – mesmo o serviço sendo cobrado dos cofres públicos – o prefeito Guto Volpi (PL) teria utilizado funcionários da Prefeitura para realizar parte da obra.Na denúncia, Isabella conta que produziu um vídeo dentro da rodoviária para usar em sua rede social e percebeu que havia algo de errado nas imagens. “Eu percebi que havia algo errado, pois se a obra tinha sido licitada e havia uma empresa executando as intervenções, não haveria o porquê de funcionários da Prefeitura estarem executando a pintura”, destacou.Como engenheira civil e conhecedora das planilhas e documentos que envolvem obras públicas, Isabella Lara buscou detalhes através do Portal da Transparência, no site da Prefeitura de Ribeirão Pires, encontrando que a mão de obra de pintura da rodoviária já havia sido contratada e deveria ser executada pela empresa M Thomaz Engenharia.Se confirmada a execução da obra pela Prefeitura, mesmo com a empresa contratada e paga para executar, Guto Volpi poderá responder por improbidade administrativa e pelos crimes que constam na nova Lei de Licitações e no Código Penal.A própria Prefeitura divulgou a ação dos funcionários públicos pintando a rodoviária em suas redes sociais. Uma das postagens, que mostra os funcionários realizando a pintura dos pilares internos da rodoviária (foto), justamente os pilares que constam na planilha de obras, foi apagada pela Prefeitura, após a publicação do vídeo denunciando a suposta irregularidade.A Folha conferiu a planilha onde os itens que constam as pinturas em textura acrílica, apontadas por Isabella, somam quase R$ 180 mil e a empresa que recebeu o valor, segundo a engenheira, deveria ter executado o serviço.Caso se confirme a denúncia, a Prefeitura deverá responder para quem foi o dinheiro pago pela mão de obra, se a empresa não teve custos com funcionários.A Folha entrou em contato com a assessoria do prefeito Guto Volpi para comentar a denúncia, mas, até o fechamento da reportagem, não houve resposta.