Ribeirão Pires

Prefeitura de Ribeirão Pires afirmou que abriu procedimento para apurar caso

Gestante deu entrada na maternidade às 5h da manhã e ficou em trabalho de parto por mais de 12 horas 

“Fatalidade” - esse teria sido o termo utilizado por profissionais do Hospital e Maternidade São Lucas após uma gestante, que ficou mais de 12 horas em trabalho de parto, perder seu primeiro filho. O caso aconteceu na última quinta-feira (08), e a família acusa a equipe médica responsável de negligência. A mãe teria dado entrada na maternidade por volta das 5h, já com a bolsa estourada. Por volta das 12h, com apenas quatro dedos de dilatação, a mulher foi informada que ainda não poderia ser realizado o parto normal. Durante a tarde, o bebê ainda apresentava sinais vitais, mas, por volta das 19h, não havia mais batimentos cardíacos, sendo constatada a morte. Vale ressaltar que, desde agosto de 2019, a Lei nº 17.137 garante à parturiente a possibilidade de optar pela cesariana, a partir de 39 semanas de gestação, bem como a analgesia, mesmo quando escolhido o parto normal no Estado de São Paulo.De acordo com o artigo 1º, o desejo da parturiente deve ser respeitado em sua autonomia. O texto ainda destaca que a gestante deve ser conscientizada e informada sobre as duas possibilidades de parto e, se optar pela cesariana, a decisão deverá ser registrada em termo de consentimento livre e esclarecido. A Folha questionou à Prefeitura de Ribeirão Pires sobre os procedimentos adotados no parto em questão, no entanto o Executivo se limitou a dizer, em nota, que abriu procedimento interno para apurar o caso e adoção de medidas cabíveis.Sem energia, sem exame Também nesta semana, a falta de estrutura no sistema de Saúde municipal de Ribeirão Pires colocou em risco uma criança com suspeita de apendicite. Tudo aconteceu porque o Hospital e Maternidade São Lucas estava sem energia elétrica para realizar uma tomografia a fim de finalizar o diagnóstico. A situação foi exposta pela mãe do garoto nas redes sociais. No desabafo, a mulher conta que seu filho foi levado até a UPA Santa Luzia com sintomas de vômito – levantando a suspeita de apendicite. Ele foi medicado e encaminhado de ambulância para realizar o exame no São Lucas.Além do fato de não haver energia elétrica no local – sem previsão de normalização –, a família do garoto foi informada que, após às 20h, a unidade hospitalar não realiza exames. O menino foi levado novamente à UPA Santa Luzia, onde foi atendido por outra pediatra de plantão e acabou recebendo alta sem a conclusão do diagnóstico.A Folha procurou à Prefeitura de Ribeirão Pires, que não se pronunciou sobre o assunto.“Aí eu me pergunto... cadê o senhor Guto Volpi? Tá por aí, tirando ‘fotinhas’ e fazendo selfies no Festival do Chocolate enquanto a saúde tá esse lixo”, expressou a mãe.