Ribeirão Pires

 Apesar desses dados, a população demonstra insatisfação

Enquanto a gestão celebra números expressivos, pacientes relatam demora, transferências e falta de especialistas

O prefeito de Ribeirão Pires, Guto Volpi (PL), publicou recentemente um vídeo nas redes sociais ao lado do pai e secretário de Saúde da cidade, Clóvis Volpi, destacando números expressivos dos atendimentos realizados nos primeiros seis meses de 2025. Segundo eles, foram cerca de 290 mil atendimentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), 189 mil exames laboratoriais gratuitos, mais de 50 mil atendimentos no Centro de Saúde da Mulher e no Centro de Especialidades Médicas, além de mais de 127 mil atendimentos nos postos de saúde e 170 partos realizados na Maternidade São Lucas. Também foi ressaltada a inauguração da primeira clínica terapêutica de cannabis medicinal do Brasil no município.No entanto, apesar desses dados, a população demonstra insatisfação e reclama da realidade dos serviços públicos de saúde, apontando uma clara diferença entre quantidade e qualidade no atendimento.Moradores reclamam da demora do serviço, que pode levar entre duas e três horas, e do tempo de espera para a realização e entrega dos exames, que chega a 3 ou 4 meses. “Estou aguardando há mais de seis meses para passar com o cardiologista. Deixa de propaganda enganosa”, relata um morador nas redes sociais.Outros questionam a necessidade frequente de serem transferidos para outras cidades para receber serviços básicos, como ortopedia e atendimento materno. “Sr. prefeito, é tanta eficiência na saúde de Ribeirão Pires que eu não consigo entender por que temos que ser encaminhados para outras cidades para receber atendimento como ortopedia e maternidade. Essa sua conversa está contraditória com a realidade da cidade”, critica uma usuária.Enquanto o prefeito celebra os números e afirma que eles “irão impressionar”, o secretário Clóvis Volpi defende que tudo está sendo feito “para o bem da população”. Mas, para muitos, os números não refletem o dia a dia vivido pelos usuários do sistema de saúde pública local.A situação evidencia uma possível distorção entre o que é apresentado oficialmente e a percepção real dos cidadãos, que continuam enfrentando filas, demora no atendimento e falta de estrutura em áreas essenciais.Enquanto a gestão municipal prioriza a divulgação dos números, a população clama por soluções concretas que melhorem efetivamente a qualidade do serviço, reduzam o tempo de espera e ampliem o acesso aos especialistas dentro da própria cidade.