Ribeirão Pires

Base estava fechada na noite da última quinta-feira (18), na Quarta Divisão

Com nova onda de assaltos, população critica demora da GCM, ausência de viaturas e cobra funcionamento integral do posto na Quarta Divisão

A (in)segurança pública de Ribeirão Pires tem sido um dos assuntos mais comentados entre os moradores nas últimas semanas. No dia 10 de julho, uma onda de assaltos cometida por dois criminosos em uma motocicleta atingiu os bairros Quarta Divisão, Nossa Senhora de Fátima, Parque das Fontes, Jardim Petrópolis e Jardim Boa Vista, em diferentes horários. Populares relataram à reportagem do Jornal Folha o medo de sair às ruas e, principalmente, a ausência de reforço policial nos bairros mais afastados da cidade.As reclamações se intensificaram após um novo episódio ocorrido no início da noite desta quarta-feira (16), por volta das 18h, no Parque das Fontes. Dois indivíduos, em uma moto preta e utilizando capacetes da marca LS2, assaltaram pedestres e pessoas que aguardavam no ponto de ônibus, na altura do número 2 da Rua São Paulo. Até o momento, não há confirmação do número exato de vítimas, mas as características do veículo e dos criminosos coincidem com as dos autores da série de assaltos registrada anteriormente. Em seguida, eles fugiram em direção ao bairro Quarta Divisão, possivelmente para cometer novos crimes.As autoridades policiais foram acionadas rapidamente, e a equipe de elite da GCM, a Ronda Ostensiva Municipal (ROMU), realizou abordagens a motociclistas e intensificou os patrulhamentos nos bairros afetados durante a noite e a madrugada de quarta-feira.Em entrevista ao Jornal Folha, uma moradora da Quarta Divisão, de 51 anos, que preferiu não se identificar, comentou que o bairro é rota de fuga para criminosos, que conseguem acessar com facilidade as cidades de Suzano, Mauá e São Mateus. Ela destacou a necessidade de mais rondas policiais na região.Além disso, relatou que, em um caso recente, ao perceber um homem estacionado de forma suspeita em frente à sua casa, contatou a GCM, mas a equipe demorou cerca de 30 minutos para chegar, alegando que a viatura se deslocou do Centro da Estância, e não da própria base do bairro.“A dúvida é essa: tem a base da Guarda aqui na Quarta Divisão, dentro do CEU, mas não tem uma viatura. Tem a base, mas não tem a viatura. Então, provavelmente deve ficar uma pessoa responsável lá dentro. Mas a pergunta é: e à noite? Como que a gente faz?", questionou a mulher.Na noite de quinta-feira (18), a moradora foi até a base da GCM e constatou que o equipamento estava fechado, sendo que, segundo a administração municipal, o local deveria funcionar 24 horas por dia, com presença constante de integrantes da Guarda para atender qualquer munícipe que precise. "Qual é o motivo de colocar uma base da Guarda Civil dentro do CEU só pra ficar de manhã e à tarde? Por que a gente aciona e demora pra chegar a viatura aqui no bairro?”Instaurado nas dependências do Centro de Artes e Esportes Unificado (CEU) Quarta Divisão na tarde de 11 de setembro de 2024, o posto da GCM foi entregue pela Prefeitura de Ribeirão Pires com internet, ar-condicionado, giroflex e luz. Uma das promessas é que o morador da Quarta Divisão poderia fazer boletim de ocorrência de forma eletrônica, utilizando o computador disponível no posto.Outra residente, de 28 anos, do Vale do Sol, localizado no Santa Luzia, que também preferiu não se identificar, fez críticas à atuação da GCM. A moradora afirmou que o antigo equipamento da Guarda Civil Municipal, que era situado no prédio demolido na Estrada de Sapopemba, nº 27, ao lado do São José de Inox — e que foi reutilizado pelo Departamento de Trânsito, Defesa Civil e Departamento de Proteção à Fauna Silvestre e Bem-Estar Animal de Ribeirão Pires — era “um alívio” para os moradores. O prédio, localizado em frente à estátua na entrada do bairro, foi demolido neste ano, já durante a gestão do prefeito Guto Volpi. ”Só de saber que tinha uma viatura por perto, os bandidos pensavam duas vezes. Hoje, a gente está entregue à própria sorte. A gente não quer muito. Queremos poder sair de casa e voltar em paz.”O Jornal Folha procurou a Prefeitura de Ribeirão Pires para esclarecimentos sobre a atuação da GCM nos bairros mais afastados da cidade, bem como para questionar o motivo da ausência de viatura fixa no posto instalado dentro do CEU Quarta Divisão e a atual cobertura no bairro Santa Luzia. As moradoras ouvidas pela reportagem reforçaram a necessidade de mais rondas e reforço policial no geral. Até o fechamento desta edição, não houve retorno.