Ribeirão Pires

Além de agredir paciente, segurança do Hospital de Urgência custa muito caro para os cofres públicos de São Bernardo

O lamentável episódio em que um paciente foi agredido por um segurança, no Hospital de Urgência de São Bernardo, trouxe à tona uma situação preocupante: o quanto o poder público está gastando, com dinheiro do contribuinte, em segurança privada nos equipamentos de saúde. E esse número é surpreendente, porque não é pequeno. Segundo dados levantados no Portal da Transparência, a organização social Fundação do ABC, que é contratada pela Prefeitura de São Bernardo para cuidar da gestão de vários hospitais e UBSs, incluindo o Hospital de Urgência, tem contrato assinado com a empresa Fort Knox, que pertence ao grupo Verzani &amp; Sandrini, para, em tese, garantir que os pacientes e funcionários fiquem seguros. O valor mensal para manter um posto de vigilância líder, um posto de vigilante para ronda e um posto para operador de monitoramento é de R$ 92,1 mil. Isso somente no HU de São Bernardo. Se levarmos em conta os gastos em 12 meses, essa conta ultrapassa R$ 1 milhão.Em três anos, gastos com empresa passam de R$ 60 milhõesMas essa é só uma parte do que a Fundação do ABC, entidade gerida pelas prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano, paga para a Fort Knox. Na prática, o valor desembolsado vem da administração municipal de São Bernardo, por meio do contrato de gestão do governo hoje de Marcelo Lima (Podemos) com a entidade de saúde. O primeiro contrato feito da empresa de segurança com a Fundação foi em 2022, ainda na gestão do antecessor de Marcelo, Orlando Morando (sem partido), ao custo de R$ 20 milhões. Além do HU, a empresa também cuida (em tese) da segurança patrimonial das UPAs, policlínicas, Hospital de Olhos, Hospital de Clínicas, Hospital Anchieta e Hospital da Mulher. Desde então, FUABC já realizou inúmeros aditamentos, que foram ampliando os escopos, colocando mais equipamentos públicos para a prestação de serviço e, consequentemente, aumentando o total do contrato. Até aqui, a Prefeitura de São Bernardo, via FUABC, já gastou R$ 60 milhões com a Fort Knox. Sessão solene e a farra do dinheiro públicoAinda em São Bernardo, fica também um questionamento importante, justamente em tempos em que o município enfrenta contingenciamento e que caberia aos agentes públicos darem o exemplo de economia do dinheiro do contribuinte. Pois bem. Mas é justamente o contrário. Exatamente onze dias após o Dia das Mães, que foi comemorado no dia 11 de maio, a vereadora Nina Braga (PL) resolveu realizar uma sessão solene, no último dia 22, resolver realizar uma audiência pública, sem muito sentido, mas gera um enorme custo para o Legislativo. Ela, que integra a base governista, não deixou de fazer uma média com o governo e entregou um diploma para homenagear a primeira-dama, Zana Lima Fernandes. Inoportuno e desnecessário.