São Caetano do Sul

Investigações apuram a suspeita de que Brendo dos Santos Sampaio, motorista do Honda Civic, participava de um racha

Motorista de 26 anos está preso e laudos indicam excesso de velocidade e arremesso dos corpos por mais de 47 metros

A Polícia Civil de São Paulo solicitou no domingo (12) uma perícia ao Instituto de Criminalística (IC) no carro de Brendo dos Santos Sampaio, de 26 anos, acusado de atropelar e matar duas jovens de 18 anos na noite da última quarta-feira (9), na Avenida Goiás, em São Caetano do Sul. Preso desde o dia do acidente, Brendo teve o veículo apreendido para que os exames técnicos ajudem a esclarecer as circunstâncias da tragédia. Laudos preliminares da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) apontam que o automóvel apresentava possíveis modificações. De acordo com a perícia, os corpos de Isabela Priel Regis e Isabelli Helena de Lima Costa foram arremessados a mais de 47 metros. O boletim de ocorrência também indica que a velocidade do carro era incompatível até mesmo com a permitida em rodovias. Desdobramentos do acidente O advogado das famílias das vítimas, Rafael Felipe Dias, afirmou que Brendo dos Santos Sampaio acumulava 71 pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além de quatro infrações graves de trânsito. Em entrevista ao Diário do Grande ABC, o advogado disse que vai atuar para que Brendo responda por homicídio doloso, com dolo eventual — quando se assume o risco de matar —, e que o caso seja levado a julgamento por júri popular. “Ele não é um bom motorista. Farol vermelho e excesso de velocidade acima de 50% são as únicas multas gravíssimas que geram sete pontos, então ele já vinha praticando esse tipo de comportamento”, declarou.De acordo com a Polícia Civil, o investigado conduzia um Honda Civic em altíssima velocidade pela Avenida Goiás quando atropelou as duas jovens, que atravessavam na faixa de pedestres. Ele estaria participando de um racha com um Chevrolet Onix branco, que ainda não foi localizado. O advogado Adilson Paulo Dias, que também representa as famílias das vítimas, informou que há testemunhas que viram os dois veículos disputando o racha desde a altura do semáforo da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). “O Civic estava em altíssima velocidade, a ponto de o outro carro sequer aparecer nas filmagens”, relatou.O caso foi registrado na Delegacia de São Caetano do Sul e está sob análise do Ministério Público, que decidirá se mantém a acusação de homicídio doloso com dolo eventual. Três advogados atuam na defesa das famílias das vítimas: Rafael Felipe Dias, Adilson Paulo Dias e Humberto Spada. Dia do atropelamento Imagens de câmeras de segurança analisadas pela Polícia Civil mostram que Isabela e Isabelli estavam na faixa de pedestres no momento do atropelamento, mas atravessaram com o sinal vermelho para pedestres. Segundo outra gravação, no instante do impacto, o semáforo para veículos estava no amarelo. As investigações apuram a suspeita de que Brendo dos Santos Sampaio, motorista do Honda Civic, participava de um racha. Estudante de direito, ele declarou à polícia que voltava da faculdade e trafegava entre 60 km/h e 70 km/h, alegando não ter visto as jovens atravessando a via. No entanto, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), as imagens obtidas pela investigação indicam que o carro estava em alta velocidade no momento do atropelamento. Brendo passou pelo teste do bafômetro, que deu negativo para consumo de álcool. Ele também realizou uma contraprova no Instituto Médico Legal (IML), cujo resultado ainda não foi divulgado. As duas vítimas eram amigas próximas e comemoravam, naquela noite, a conquista de um novo emprego por uma delas. Isabela cursava técnico em enfermagem. Para a família de Isabelli, a dor da perda é ainda maior diante da história que ambas construíram juntas: cresceram lado a lado, estudaram juntas e perderam a vida no mesmo instante. *Com informações do Diário do Grande ABC