Santo André

A Justiça decidiu que ela poderá responder em liberdade enquanto o caso segue sob investigação

Família afirma que vítima sofria de distúrbios psiquiátricos; pai diz que filha agiu em legítima defesa durante surto

Talita Maria Schiavon, de 33 anos, foi liberada após passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (2), um dia após ser presa por estrangular a própria mãe, Fernanda Soares Cunha, de 52 anos, dentro da residência da família, em Santo André. A Justiça decidiu que ela poderá responder em liberdade enquanto o caso segue sob investigação da Polícia Civil.O crime ocorreu na última terça-feira (1º), cerca de uma hora e meia depois de Fernanda registrar um boletim de ocorrência contra a filha na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santo André. No documento, a vítima relatava ameaças recorrentes, indicando um histórico de conflitos familiares.Em entrevista ao SBT News, o marido de Fernanda e pai de Talita descreveu o caso como uma “fatalidade”. Segundo ele, a esposa estaria descontrolada no momento da briga. “Minha filha estava apenas se defendendo. Minha esposa estava alterada e agredindo com palavras, e isso também fere fisicamente. Eu não estava presente, mas acredito que foi uma fatalidade”, afirmou o viúvo.A família relata que Fernanda apresentava problemas psiquiátricos e comportamento agressivo. A irmã de Talita contou que as duas filhas enfrentavam episódios de instabilidade da mãe desde a infância. “Às vezes, ela misturava álcool com remédio e perdia o controle. No último sábado, chegou a apontar uma faca para minha irmã”, disse. Ainda segundo ela, Fernanda já havia tentado agredir ou machucar as filhas em outras ocasiões.De acordo com o pai, Talita acreditava que a mãe havia apenas desmaiado após a briga, e só mais tarde percebeu que Fernanda estava morta. Ela foi presa no mesmo dia, mas liberada no dia seguinte, após a audiência de custódia.Rumores iniciais apontavam que o desentendimento teria sido motivado por questões financeiras, o que foi negado pela família. O viúvo explicou que não tinham recursos para custear o funeral e que os trâmites no IML foram realizados gratuitamente.Após o crime, a casa da família foi pichada com frases ofensivas, como “filha ingrata” e “assassina”, aumentando a tensão no entorno da residência.