Ribeirão Pires

Imagens mostram o grupo, com a suposta participação de Sandro Torres, dividindo as mercadorias furtadas em 2018

Advogado alega erro na interpretação de provas e defende que imagens usadas no processo foram obtidas de forma ilegal

A defesa de Sandro Torres Amante, atual Secretário de Segurança Pública de Ribeirão Pires, contesta a condenação do gestor por furto qualificado, alegando erro na interpretação das provas. Sandro foi condenado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a 2 anos e 11 meses de prisão, por suposto envolvimento em dois furtos ocorridos em junho de 2018, quando ocupava o cargo de subcomandante da Guarda Civil Municipal (GCM) da cidade. A condenação foi revelada na última quarta-feira (16), em reportagem exibida pela TV Globo e publicada pelo Portal G1. O ponto central da argumentação da defesa está nas imagens utilizadas como prova no processo. Segundo o advogado Leonardo Sica, que representa Sandro no caso, os registros não comprovam qualquer participação do secretário nos crimes e teriam sido obtidos de forma irregular. “O secretário Sandro não tem nenhum envolvimento com tais crimes. Foi absolvido em primeira instância e, em segunda instância, condenado por um erro na avaliação de imagens que não mostram nada e que foram produzidas ilegalmente”, afirma Sica. Sandro é acusado de envolvimento em dois furtos realizados na madrugada de 18 de junho de 2018, em dois açougues – Izzo e Parati – localizados no centro de Ribeirão Pires. De acordo com o Ministério Público, o grupo teria levado quase 60 kg de carne e cerca de R$ 28 mil em espécie, além de outros bens. Ainda conforme os autos, câmeras de monitoramento da Prefeitura teriam sido intencionalmente redirecionadas para não registrar a ação. A investigação aponta que o crime foi planejado e envolveu a falsa comunicação de ocorrência, com o objetivo de afastar o efetivo da GCM e da Polícia Militar da área dos furtos. Além de Sandro, também foram condenados Gutembergue Martins Silva, então inspetor-chefe da GCM, e Marcelo Cruz Dallavali, ajudante geral. A Justiça determinou a perda dos cargos públicos de Sandro e Gutembergue. No entanto, Sandro segue exercendo o cargo de secretário, uma vez que o processo ainda aguarda julgamento definitivo em terceira instância. O caso agora está em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que analisará o recurso da defesa e poderá reverter a condenação. A expectativa da equipe jurídica é de que a absolvição de primeira instância seja restabelecida. Em nota, a Prefeitura de Ribeirão Pires afirmou que não foi oficialmente notificada da condenação em segunda instância e que permanece à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos. Sobre o GCM Gutembergue, o município confirmou o afastamento das funções por ordem judicial, sem prejuízo de vencimentos, e informou que até o momento não houve nova determinação judicial. Na manhã desta quinta-feira (17), o prefeito de Ribeirão Pires, Guto Volpi (PL), se pronunciou publicamente pela primeira vez sobre o caso. Em nota, declarou: “Acredito em sua inocência e destaco aqui a trajetória do Sandro, guarda municipal com 30 anos de carreira na Prefeitura e contribuições à cidade.”