Diadema

Comércios considerados irregulares foram demolidos na manhã desta sexta-feira (6) na comunidade do Pombal

Demolições começaram nesta sexta; moradores apontam falta de diálogo e prazo insuficiente para contestação

Uma operação realizada pela Prefeitura de Diadema na manhã desta sexta-feira (6) gerou tensão na comunidade do Pombal, localizada dentro do Núcleo Habitacional Piratininga. A iniciativa tem como objetivo desmontar comércios considerados irregulares, supostamente envolvidos na realização de festas clandestinas, os populares “pancadões”. Sem aviso prévio efetivo, a intervenção causou revolta entre moradores e comerciantes locais. De acordo com relatos da própria população, não houve diálogo com a comunidade antes do início das demolições. Em nota divulgada no dia anterior, representantes do bairro classificaram a medida como arbitrária e alegaram envolvimento direto do prefeito Taka Yamauchi na execução da ação. A principal queixa diz respeito ao curto prazo concedido para a desocupação dos espaços. Comerciantes afirmam ter recebido notificações em 3 de junho, com apenas três dias para desmontar estruturas como bares, garagens adaptadas e adegas improvisadas. Para muitos, o tempo insuficiente inviabilizou qualquer tentativa de defesa ou regularização. Em sua defesa, a administração municipal declarou que a operação é voltada exclusivamente para estruturas comerciais erguidas ilegalmente em áreas públicas, como calçadas e entradas de residências. Segundo a Prefeitura, nenhuma moradia está sendo atingida e, portanto, não haverá pessoas em situação de rua em decorrência da operação. O governo ainda afirma que a ação se baseia em denúncias que associam esses estabelecimentos à venda irregular de bebidas alcoólicas durante eventos proibidos. A Prefeitura acrescenta que, até o momento, nenhum pedido formal de audiência ou reunião foi protocolado por comerciantes ou moradores para tratar do assunto. A mobilização da Guarda Civil Municipal (GCM), em esquema de hora extra, também chamou atenção dos moradores, que interpretaram a forte presença policial como sinal de intimidação. A Prefeitura, no entanto, não detalhou o contingente envolvido na operação.