Ribeirão Pires

Audiência foi remarcada para o dia 23 de setembro de 2025

MP pediu reagendamento por férias de testemunha; família relata falta de apoio e ausência de contato da ré

O caso de Herbert Ramalho Rufino Pivatto Cano, jovem morto em um acidente de trânsito na Estrada de Sapopemba, em novembro de 2023, voltou a repercutir após novo adiamento da audiência criminal. O jovem ficou 12 dias em coma antes de falecer, e a busca por justiça tem sido marcada por frustração e lentidão, segundo a família.A mãe da vítima, Ana Mara Ramalho Rufino Rodrigues, voltou a procurar o Jornal Folha para relatar sua indignação com a nova mudança de data e a falta de comunicação oficial.“Só fiquei sabendo porque, uma semana antes, entrei em contato com a advogada, e foi aí que ela me informou. Ela recebeu a notificação um dia antes. Em nenhum momento recebi nem a intimação e nem o cancelamento da audiência”, afirmou Ana.De acordo com despacho do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ao qual a equipe do jornal teve acesso, a audiência de instrução, interrogatório, debates e julgamento foi redesignada para o dia 23 de setembro de 2025, às 14h30, e acontecerá de forma virtual.O adiamento foi solicitado pelo Ministério Público, sob justificativa de que a testemunha da motorista – apontada como responsável pelo acidente – não poderia comparecer por estar em período de férias.Ana também relembra que o processo havia ficado parado na delegacia por meses e que só avançou após a denúncia feita por ela ao Jornal Folha no ano passado. “Mas infelizmente, agora parece estar estagnado novamente”, desabafa.O período de espera por justiça tem sido doloroso para a família. Ana descreve a dor da perda como permanente: “É uma dor que nunca passa e que eu não desejo para ninguém”. Ela também relata que, desde o dia do acidente, a motorista nunca entrou em contato com a família ou prestou qualquer tipo de apoio. “A ré está livre, sem nenhuma punição. Em nenhum momento, desde o dia do acidente, ela se mostrou solícita. Nunca me procurou, não prestou nenhum suporte. Nos 12 dias em que meu filho esteve internado, ela não apareceu. Foram 12 dias de muita angústia, e eu sequer sei quem é essa senhora. E menos ainda se ela sentiu alguma coisa!”A mãe resume o sentimento que carrega desde então: “Eu me sinto mutilada. A sensação que tenho hoje é que perdi um membro.”A audiência remarcada é considerada uma das mais importantes do processo, pois reunirá as partes para ouvir testemunhas e avançar nas decisões do caso.