Ribeirão Pires

Mãe do bebê manteve acompanhamento de dois em dois dias no Hospital e Maternidade São Lucas

Mãe, de 20 anos, estava com 41 semanas de gestação e o bebê não teria apresentado nenhum problema até o parto

A Polícia Civil de Ribeirão Pires deverá instaurar inquérito para investigar a morte de um bebê durante um parto no Hospital e Maternidade São Lucas, na última quinta-feira (08). A informação foi confirmada pelo delegado titular do município, doutor Wagner Milhardo. As primeiras informações, obtidas ainda no registro da ocorrência na delegacia, revelam que a mãe – de 20 anos – estava gestante de aproximadamente 41 semanas e teria realizado pré-natal na rede púbica do município de Bertioga, no litoral sul de São Paulo. Na reta final da gravidez, ela manteve acompanhamento de dois em dois dias no Hospital e Maternidade São Lucas, e os médicos não teriam notado problemas com o bebê mesmo com a gestação avançada. No entanto, na manhã da última quinta-feira, após o rompimento da bolsa, a jovem foi levada por familiares novamente a unidade hospitalar e, durante os novos exames, foi constatada a pulsação fraca do bebê. A gestante foi submetida a uma cesárea de emergência, mas o bebê já estava em parada cardiorrespiratória – sendo confirmado o óbito. A provável causa da morte não foi informada pela médica responsável pelo parto. Família alega negligência médica A família da gestante acusa a equipe médica do Hospital e Maternidade São Lucas de negligência. O motivo seria a insistência no parto normal mesmo após a pouca dilatação apresentada pela gestante, que teria ficado em trabalho de parto por mais de 12h. Segundo a versão dos familiares, a mãe teria dado entrada na maternidade por volta das 5h, já com a bolsa estourada. Por volta das 12h, com apenas quatro dedos de dilatação, a mulher foi informada que ainda não poderia ser realizado o parto normal. Durante a tarde, o bebê ainda apresentava sinais vitais, mas, por volta das 19h, não havia mais batimentos cardíacos, sendo constatada a morte. Vale ressaltar que, desde agosto de 2019, a Lei nº 17.137 garante à parturiente a possibilidade de optar pela cesariana, a partir de 39 semanas de gestação, bem como a analgesia, mesmo quando escolhido o parto normal no Estado de São Paulo. De acordo com o artigo 1º, o desejo da parturiente deve ser respeitado em sua autonomia. A Folha questionou à Prefeitura de Ribeirão Pires sobre os procedimentos adotados no parto em questão, no entanto o Executivo se limitou a dizer, em nota, que abriu procedimento interno para apurar o caso e adoção de medidas cabíveis.