São Bernardo do Campo

"Transparência na política é dever absoluto"

A transparência é um dos pilares da democracia. Quando um representante eleito omite informações relevantes de sua declaração à Justiça Eleitoral, como a posse de uma empresa ativa, não estamos apenas diante de um descuido burocrático — mas de um atentado à confiança do eleitor e às regras do jogo democrático.O caso do vereador Luiz Henrique Watanabe, de São Bernardo do Campo, que não declarou ser sócio de uma construtora ao Tribunal Superior Eleitoral, é grave. Segundo a legislação, todo candidato tem o dever de apresentar a totalidade de seu patrimônio, independentemente de movimentação financeira ou geração de renda.A justificativa de que teria recebido orientação jurídica para omitir a empresa soa frágil, sobretudo quando se trata de alguém com experiência no serviço público. A legislação eleitoral é clara: a omissão de bens relevantes pode configurar falsidade ideológica, com pena prevista de até cinco anos de prisão. Mais do que isso, mancha a imagem do Legislativo municipal e contribui para a descrença generalizada nas instituições políticas. O eleitor, que confiou seu voto a Watanabe, merece explicações mais consistentes. A Câmara Municipal também tem o dever de se posicionar diante da denúncia.Não se trata de perseguição, mas de zelo pela ética na política. Políticos devem prestar contas à sociedade com clareza. O silêncio ou a omissão não podem ser a regra — e sim a exceção, quando há inocência comprovada.Transparência não é um favor: é obrigação.