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Santo André

Serão 100 escolas cívico-militares a partir do segundo semestre deste ano

Modelo contará com atuação de policiais da reserva como monitores a partir do segundo semestre

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) divulgou nesta terça-feira (29), no Diário Oficial do Estado (DOE), a lista de escolas que aderiram ao Programa das Escolas Cívico-Militares (ECM). No Grande ABC, apenas duas unidades, ambas em Santo André, foram selecionadas para iniciar as atividades a partir do segundo semestre: a Escola Estadual Professor Adamastor de Carvalho e a Escola Estadual Professor Ovídio Pires de Campos. A adesão das escolas ocorreu após três rodadas de consultas públicas, envolvendo 302 comunidades escolares que manifestaram interesse em participar do programa. O processo consultivo buscou ouvir todos os membros da comunidade — pais, mães, professores e estudantes maiores de 16 anos — para garantir transparência. Apesar disso, a implementação da ECM gerou controvérsias na região. Em Ribeirão Pires, por exemplo, a proposta enfrentou forte resistência. Professores, estudantes e movimentos sociais, com o apoio da então vereadora Márcia Gomes (PT), realizaram protestos e distribuíram panfletos no terminal rodoviário da cidade, com o slogan "Escola não é quartel". Em 2024, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) já havia se manifestado contra a adesão ao Programa das Escolas Cívico-Militares, especialmente após a inclusão de duas unidades de Ribeirão Pires nas discussões iniciais. Na ocasião, o sindicato promoveu reuniões com a comunidade escolar, dialogou com os pais de alunos e, em seguida, ocorreu a primeira rodada de votação. No resultado, Ribeirão Pires não foi incluída na lista final de escolas indicadas para o programa. Procurada pelo Jornal Folha a, coordenadora da Apeoesp, subsede Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Neusa Nakano, reafirmou a posição da entidade: “Nós somos contra a escola cívico-militar nas escolas estaduais. Estamos felizes por Ribeirão Pires não estar com nenhuma escola indicada”, declarou. O Programa das Escolas Cívico-Militares prevê a atuação de policiais militares da reserva como monitores nas unidades participantes. A responsabilidade pela seleção desses profissionais é da Seduc-SP, que também deverá emitir declarações sobre a conduta dos candidatos, incluindo informações sobre eventuais processos criminais ou administrativos.