Diadema

A proposta partiu do Executivo e foi votada em regime de urgência no último dia 29

Movimento dos servidores municipais protesta contra reajuste de 4,87% aprovado sem consenso; decisão judicial visa proteger serviços à população

Diante da paralisação dos servidores públicos de Diadema, com previsão para iniciar nesta quinta-feira (5) o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que ao menos 70% dos serviços essenciais sejam mantidos em operação. A medida visa evitar prejuízos à população, especialmente nas áreas de saúde e educação. Em caso de descumprimento, a Justiça impôs multa diária de R$ 20 mil ao município. A greve foi motivada pela aprovação na Câmara Municipal de um reajuste salarial de 4,87% em duas parcelas e um auxílio-saúde de R$ 133,40. A proposta partiu do Executivo e foi votada em regime de urgência no último dia 29, sem acordo com o sindicato da categoria, o Sindema.Segundo Ritchie Soares, presidente do Sindema, a decisão da Prefeitura de encaminhar o projeto antes de concluir as negociações foi desrespeitosa com os trabalhadores. Ele afirma que a categoria foi surpreendida com a votação e defende a retomada do diálogo como condição para encerrar a paralisação.Por outro lado, a Prefeitura afirmou em nota que realizou diversas rodadas de negociação com o sindicato, mas que não houve avanço. A gestão Taka Yamauchi (MDB) alegou limitações orçamentárias diante da crise financeira que o município enfrenta e destacou que o reajuste proposto foi o máximo possível dentro da realidade atual. O governo municipal reforçou, ainda, estar aberto ao diálogo construtivo.Enquanto o impasse continua em Diadema, outras cidades da região do Grande ABC já encerraram negociações com os servidores. São Bernardo do Campo aprovou os mesmos 4,87% de reajuste, pagos em março e novembro. Em Rio Grande da Serra, o aumento será de 4%, dividido entre abril e outubro. Ribeirão Pires concedeu 5,06%, e Santo André aplicou índices entre 5,48% e 7,91%, dependendo da faixa salarial.Mauá seguiu caminho diferente: aprovou, em primeira votação na terça-feira (3), um abono de R$ 1.350, dividido em nove parcelas, com a primeira retroativa a abril. A segunda votação está prevista para esta quinta-feira, em sessão extraordinária.