Ribeirão Pires

No Grande ABC, mais de 115 mil moradores não contam com coleta de esgoto adequada

Estância tem o segundo pior percentual da região, ficando atrás apenas de Rio Grande da Serra

25.108 – esse é o total de pessoas que vivem sem coleta de esgoto em Ribeirão Pires, segundo dados do Painel Saneamento Brasil do Instituto Trata Brasil, que leva em consideração os números do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) de 2022. Esse número representa 21,7% da população ribeirão-pirense, sendo o segundo pior percentual entre as sete cidades do Grande ABC.Essa é a realidade dos moradores da rua Walt Disney, no Jardim Caçula. Na última semana, um morador do bairro denunciou a situação à Folha e revelou que a via seria uma das contempladas pelo programa de pavimentação asfáltica da Prefeitura Municipal. Segundo Adonias Macedo da Silva, a obra não pôde ser concluída em razão da falta da rede de esgoto adequada.“O odor é insuportável. É preciso uma providência do prefeito, da Sabesp, porque não tem um tratamento para desaguar na represa. Todos pagam (a taxa) na conta de água”, ressaltou o morador.Questionada, a Prefeitura de Ribeirão Pires não se pronunciou sobre o problema na rua Walt Disney. O Executivo Municipal também não se manifestou quanto ao número de moradores que vivem sem coleta de esgoto no município.Números no Grande ABCA região do Grande ABC conta com 116.013 pessoas sem acesso à coleta adequada de esgoto. Entre as sete cidades, Rio Grande da Serra conta com o maior percentual, sendo 14.808 munícipes afetados pela falta de saneamento básico, o que corresponde a 33,5% da população.A cidade de Ribeirão Pires aparece em seguida com 21,7%, acompanhada por São Bernardo do Campo (8,2%) e Diadema (2,5%). De acordo com o painel, a cobertura de coleta de esgoto atinge toda população de Mauá, Santo André e São Caetano do Sul.O Painel Saneamento Brasil ainda revela que, na região, 81.216 pessoas não têm acesso à água potável. Deste número, 43.031 são moradores de Mauá – o que corresponde a 10,3% da população. Neste quesito, Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires também apresentam o maior percentual da região, 15% cada.Em entrevista ao Diário do Grande ABC, o coordenador de Relações Institucionais e Comunicação do Trata Brasil, André Machado, ressaltou que a falta de saneamento básico é responsável por inúmeras consequências negativas, sendo a saúde a mais afetada devido ao risco de doenças como diarreia e leptospirose, além de doenças respiratórias.O Novo Marco do Saneamento Básico estabelece que os serviços de saneamento básico no Brasil sejam universalizados até 2033. Com isso, todo território nacional deverá contar com 99% da população com acesso à água potável e 90% com coleta de esgoto.Segundo a Sabesp, a meta estabelecida será alcançada até 2029 no Grande ABC.