Diadema

A medida faz parte do programa Diadema Segura

Equipamento adquirido sem licitação será usado pela GCM para dispersar multidões com granadas químicas

A Prefeitura de Diadema confirmou a compra de um drone com capacidade para lançar gás lacrimogêneo, ao custo de R$ 345 mil, além de R$ 20,3 mil em bombas químicas não letais, totalizando R$ 365,3 mil em recursos públicos. A aquisição, feita sem licitação e com alegação de exclusividade tecnológica, integra a ofensiva municipal contra os chamados pancadões — que já vêm sendo combatidos com outdoors espalhados pela cidade com a mensagem: “tolerância zero aos pancadões”.A medida faz parte do programa Diadema Segura, voltado à modernização da estrutura da Guarda Civil Municipal (GCM), e tem como objetivo ampliar o monitoramento de áreas vulneráveis, além de atuar em situações de aglomeração e resistência a ordens legais. O drone, segundo a administração, poderá lançar granadas lacrimogêneas de forma remota e será usado em apoio a operações de repressão a festas clandestinas e multidões.Apesar do foco em segurança, a compra gerou reações negativas. O processo foi realizado por inexigibilidade de licitação, com base na Lei nº 14.133/2021, que permite esse tipo de contratação quando há exclusividade de fornecimento. A oposição questiona a falta de transparência e o possível uso indevido do equipamento em áreas urbanas densamente povoadas.De acordo com a Prefeitura, o drone foi adquirido da empresa Condor S/A Indústria Química, que teria fornecimento exclusivo do modelo no Brasil. A justificativa técnica da compra está publicada no Portal da Transparência do município.A gestão do prefeito Taka Yamauchi (MDB) afirma que o equipamento será usado em conformidade com protocolos legais, com autorização prévia e em situações específicas que envolvam risco coletivo. Ainda segundo a nota oficial, o uso da tecnologia respeitará direitos humanos e normas legais, priorizando a segurança dos agentes e da população.Os chamados pancadões — festas de rua que costumam atravessar a madrugada, com som alto, consumo de drogas e relatos de violência — vêm sendo duramente combatidos pela atual gestão. A instalação de outdoors com mensagens de repressão direta virou símbolo dessa política, que agora ganha reforço com um dos drones mais modernos do país, equipado para ações táticas.