Diadema

O comportamento de Leite ia contra a posição oficial do partido na cidade

Parlamentar foi acusado de desrespeitar orientações da legenda e apoiar base do prefeito Taka Yamauchi (MDB)

O vereador Jeferson Leite (PT), atualmente em seu segundo mandato e mais votado nas eleições de 2024 em Diadema, foi oficialmente expulso do Partido dos Trabalhadores na última quarta-feira (23). A decisão do Diretório Municipal da sigla acatou o parecer do Conselho de Ética e tem como base a quebra de conduta ética e desobediência às diretrizes partidárias.Com a expulsão, o partido agora deve reivindicar a cadeira de Leite na Câmara Municipal. Caso o pedido de perda de mandato seja acatado, quem assumirá a vaga será a primeira suplente da chapa proporcional, a ex-vereadora Lilian Cabrera.O estopim para a expulsão foi a reiterada aproximação de Leite com a base de apoio do prefeito Taka Yamauchi (MDB), adversário político do PT em Diadema. A atitude do parlamentar vinha sendo considerada incompatível com a linha de oposição estabelecida pelo partido na cidade.Em nota oficial, o Diretório do PT justificou a medida alegando “condutas incompatíveis com o projeto coletivo do partido”, incluindo votos contrários em pautas estratégicas, desrespeito às deliberações internas e atuação desvinculada dos princípios programáticos da legenda.Do ponto de vista jurídico e estatutário, dois artigos foram citados para embasar a decisão. O artigo 227 trata de infrações éticas e disciplinares, como o descumprimento de decisões partidárias. Já o artigo 230 aponta que parlamentares que se opõem às resoluções da legenda podem perder o mandato, que deve ser ocupado pelo suplente da sigla.Apesar de sua expressiva votação — 2.782 votos — Jeferson Leite passou a enfrentar resistência dentro do próprio partido, especialmente após se posicionar contrariamente à bancada petista em votações importantes na Câmara. As divergências internas, segundo membros do diretório, tornaram sua permanência “insustentável”.A decisão do partido agora pode abrir uma disputa jurídica sobre o mandato, já que, mesmo eleito pelo PT, Leite ainda pode tentar se manter na cadeira alegando legitimidade do voto popular. O cenário deve evoluir nas próximas semanas, com possível judicialização do caso.