Santo André

São Bernardo do Campo

Comissão da Câmara que investiga compras de Orlando Morando começa a entrar em marcha lenta. Gestão Marcelo está por trás?

Uma reunião da comissão especial da Câmara de São Bernardo, criada para apurar os gastos da administração do ex-prefeito Orlando Morando (sem partido), que estava programada para acontecer na quinta-feira, dia 8, foi cancelada em cima da hora sem uma explicação convincente. A informação que chegou para alguns dos integrantes da comissão era de que o pedido teria partido do presidente, o vereador Luiz Watanabe (PRTB), considerado um parlamentar extremamente alinhado com a gestão do atual prefeito Marcelo Lima (Podemos). Nos corredores, o que muita gente já começa a questionar é se há alguma interferência do governo atual para que a comissão não siga avançando com as investigações sobre as esquisitas compras da gestão de Morando, com produtos que estão até hoje largados em depósitos da Prefeitura. Já há quem diga que existe uma orientação para que o grupo apresente logo o relatório e finalize os trabalhos. O comentário é que, de fato, o vento começou a mudar e já há quem queira que o tapete seja colocado sobre a poeira. Agora teria chegado a hora de esquecer o que passou. Mas a pergunta que fica é: e como fica quem efetivamente pagou essa conta, que foi o morador de São Bernardo? Esse é o que menos tem explicação. Lamentável.Papa americano. Vitória de Trump?A leitura política equivocada fez com que muitos bolsonaristas celebrassem a eleição do cardeal americano Robert Prevost, que se tornou o papa Leão XIV, como se fosse uma vitória do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A vereadora de São Bernardo Nina Braga (PL) foi uma das que comemorou. Ela postou uma foto do pontífice e outra da bandeira americana. Mas não faz nenhuma menção às críticas públicas que Prevost fez ao governo de Trump. Alguns de seus seguidores chegaram até a dizer que o novo papa era “de direita” e conversador. Na prática, ele é um religioso moderado, com um viés progressista, muito mais próximo do antecessor, papa Francisco. A questão é saber em quanto tempo os políticos ligados a Jair Bolsonaro vão mudar o discurso e acreditar que Leão XIV pode ser um ‘adversário’.Ontem, tucano. Hoje, aliado do PT e do PLA confirmação da saída do governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do PSDB para o PSD, de Gilberto Kassab, deve acelerar movimentações no cenário político do Grande ABC. De imediato, ele passa a ser correligionário de dois vice-prefeitos da região: Regina Maura Zetone, de São Caetano, e Juiz João, de Mauá. E deixa de comandar uma sigla que, ainda tenha diminuído de tamanho, tinha força no Grande ABC, com o comando da Prefeitura de Santo André, com Gilvan Júnior. E, a partir de agora, Leite, que vinha dizendo que não queria estar no meio da polarização, agora integra um partido que tem alianças tanto com o PT quanto com o PL. Ou, como já disse Kassab, não é nem de esquerda, nem de direita e nem de centro. O difícil agora para o gaúcho vai ser conseguir calibrar o discurso.