São Bernardo do Campo

Pedido segue paralisado por causa de uma trava do regimento interno

Mesmo com 26 assinaturas, CPI sobre denúncias de corrupção segue sem instalação

A repercussão da Operação Estafeta, que afastou o prefeito Marcelo Lima (Podemos) sob suspeita de lavagem de dinheiro e organização criminosa, não teve eco na última sessão da Câmara de São Bernardo. Mesmo com o caso em destaque nacional e a pressão pública recente, os vereadores evitaram o tema, e o pedido de abertura de CPI segue paralisado por causa de uma trava do regimento interno.O artigo 69-A da norma legislativa estabelece que apenas duas CPIs podem funcionar ao mesmo tempo. Hoje, esse espaço já está ocupado por solicitações de investigação envolvendo a distribuidora de energia Enel e a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), ambas aguardando andamento há mais de meio ano. Com isso, a proposta de apurar possíveis crimes na administração municipal, apesar de ter alcançado as 26 assinaturas exigidas, não pode ser instalada.Para tentar destravar o processo, o vereador João Viana (Cidadania), autor do requerimento, protocolou projeto que amplia de duas para cinco o número de CPIs simultâneas. A iniciativa recebeu apoio de parlamentares como Shell Gomes (Cidadania), Luana Eloá (MDB) e Ananias Andrade (PT), mas ainda não foi discutida em plenário. “O regimento da Câmara de São Bernardo é um dos mais arcaicos do Estado e queremos atualizá-lo”, defendeu Viana.Enquanto a base governista evita movimentar a pauta, a investigação parlamentar sobre um dos maiores escândalos recentes da cidade permanece no papel, dependendo de mudanças internas para sair da gaveta.