Ribeirão Pires

Desvios foram descobertos por Antônio Pretel em junho, após afastamento da funcionária

Auxiliar administrativa atuava em conjunto com namorado, o qual recebia transferências de valores do centro médico

Uma funcionária de confiança. Foi desta forma que Antônio Pretel Junior, médico e proprietário da Clínica Catavento, em Ribeirão Pires, descreveu sua ex-auxiliar administrativa - acusada de desviar dinheiro e causar um prejuízo de R$ 325 mil. Foram dois anos agindo criminalmente em parceria com o namorado até que, em junho deste ano, a situação chegasse ao conhecimento de Pretel em razão de um afastamento médico da funcionária, identificada como A.C.C. Entre as ações executadas havia transferências, empréstimos e emissão de cartões de crédito em nome da clínica.A Folha teve acesso aos extratos bancários que mostram as movimentações indevidas feitas pela mulher, contratada em março de 2022. Naquele ano, entre junho e dezembro, ela furtou o total de R$ 53.145,00 - com transferências para a conta de seu namorado, identificado como A.A.O., e para sua conta pessoal.Em 2023, a funcionária passou a furtar também a conta pessoal de Antônio Pretel, acumulando um prejuízo total de R$173.421,99.Como possuía acesso livre as contas e senhas, A.C.C. também conseguiu solicitar um cartão de crédito em nome do centro médico. Inicialmente, as compras eram lojas como farmácias, supermercado e afins, no entanto, em fevereiro de 2023, a funcionária passou a fingir comprar diretamente na oficina mecânica de seu namorado. O prejuízo calculado foi de R$ 152.290,64.A defesa de Antônio Pretel entrou com o pedido de sequestros de bens e valores dos averiguados, o qual foi concedido parcialmente pelo juiz Bruno Igor Rodrigues Sakaue da Comarca de Ribeirão Pires.Segundo apurado pela Folha, os desvios feitos pela ex-funcionária causaram grande prejuízo ao centro médico, tendo afetado pagamentos de fornecedores e, até mesmo, benefícios de funcionários. “Você tem um nome na cidade, me dedico aqui há 35 anos. Eu tenho que ser médico, os problemas burocráticos ficam com um funcionário de confiança. Ela me transmitiu isso. Uma traição, faz com que, ao invés de ir para frente, voltar para trás”, disse Pretel ao afirmar seu desejo de reaver o valor integral desviado pela funcionária.