Ribeirão Pires

 O relato aponta superlotação, demora excessiva na triagem e número insuficiente de profissionais 

Publicação de uma usuária nas redes sociais descreve falta de estrutura, demora no atendimento e falhas na gestão

Uma moradora de Ribeirão Pires utilizou as redes sociais para denunciar a precariedade no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. O relato, minuciosamente detalhado, aponta um cenário de superlotação, demora excessiva na triagem e número insuficiente de profissionais de saúde, principalmente médicos e equipe de recepção.Segundo a publicação, a paciente chegou à unidade às 11h42 e só foi chamada para triagem às 14h10 — uma espera de quase 2 horas e 30 minutos apenas para ser classificada. Durante esse tempo, o cenário descrito era de total lotação: estacionamento sem vagas, pacientes aguardando do lado de fora por falta de assentos e apenas um profissional realizando a triagem, mesmo diante da alta demanda.“Uma moça aqui do lado chegou às 11h e disseram que tinha 27 pessoas na frente dela. Tem gente aqui desde as 10h esperando”, relatou.A usuária questionou o motivo de haver apenas um profissional na triagem e foi informada de que existe uma norma da Secretaria de Saúde permitindo apenas um atendente, salvo em casos de “grande volume” — sem definição objetiva de quantas pessoas configurariam essa situação.Durante a longa espera, a paciente buscou informações com a administração da unidade. Foi informada de que a responsável pela UPA, identificada como Célia, estava em horário de almoço e ainda não havia retornado, mesmo após as 14h. A denunciante também foi até a Secretaria de Saúde, localizada ao lado da UPA, mas o atendimento ao público só teria início após as 14h.A triagem foi realizada às 14h10. Em seguida, o atendimento evoluiu com rapidez: consulta médica às 14h30 e coleta de exames às 14h40. Para a paciente, o problema está centralizado na etapa inicial do atendimento.“Claramente o problema é na triagem. Depois que passei, em 30 minutos já havia consultado e feito exames. Agora me expliquem: é correto aguardar 2h30 por triagem e, em 30 minutos, ser atendido por completo?”, escreveu.A paciente formalizou a reclamação junto ao ouvidor da Secretaria de Saúde, identificado como André, que teria se comprometido a dialogar com a gestão da unidade. Uma das possibilidades avaliadas seria a abertura de uma terceira triagem para agilizar o atendimento.A denúncia repercutiu nas redes sociais, recebendo apoio de outros usuários. A autora também criticou o que chamou de "blindagem automática" da gestão pública, apontando que toda vez que surge uma queixa grave sobre a UPA, perfis simpatizantes da atual administração surgem com elogios ao serviço.“Já fui bem atendida aqui, mas não por isso vou ignorar quem está sofrendo”, escreveu a moradora, referindo-se também ao relato de uma mãe que precisou pagar consulta particular após duas idas frustradas à UPA com seu bebê.O Jornal Folha já entrou em contato com a Prefeitura de Ribeirão Pires e aguarda resposta. Assim que houver um posicionamento oficial, a matéria será atualizada.