Ribeirão Pires

Só nos primeiros seis meses de 2025, foram 2.148 atendimentos em Ribeirão Pires

Com mais de 2 mil atendimentos em seis meses, cidade lidera demanda na microrregião, mas segue sem estrutura local de emergência

Imagine sofrer um infarto ou ver um parente envolvido em um acidente grave e o socorro demorar mais de uma hora para chegar. Essa é a realidade de moradores de Ribeirão Pires, onde o atendimento do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) pode levar até 1h15 para chegar em bairros como Jardim Caçula ou Jardim Aprázivel.Esse tempo de espera ultrapassa em muito o limite recomendado pelo Ministério da Saúde, que estabelece até 20 minutos para atendimentos de urgência. Apesar de ser a cidade com maior número de ocorrências na microrregião, Ribeirão Pires ainda não conta com uma base própria do SAMU. Atualmente, os chamados feitos no município — e também em Rio Grande da Serra — são atendidos por equipes deslocadas da base em Mauá, o que compromete a agilidade do socorro.Só nos primeiros seis meses de 2025, foram 2.148 atendimentos em Ribeirão Pires, contra 713 em Rio Grande da Serra. Isso significa que a cidade responde por cerca de 75% de toda a demanda local.Além da distância da base, outro problema grave é a Rodovia Índio Tibiriçá (SP-031), principal ligação do ABC com o Alto Tietê. O tráfego diário praticamente dobrou nos últimos 12 anos — saltando de 19 mil para 35 mil veículos por dia — o que deixa o trajeto da ambulância ainda mais demorado e perigoso.Esse dado foi confirmado por uma ação inédita do vereador Sandro Campos, que acampou por 24 horas com sua equipe na rodovia para realizar a contagem e alertar a população. A falta de uma base local compromete diretamente o tempo de resposta em emergências, especialmente em casos como AVCs, infartos, quedas e acidentes de trânsito, onde cada minuto faz diferença.Os bairros mais distantes do centro, como o Jardim Caçula e o Jardim Aprázivel, são os mais prejudicados, já que o deslocamento da ambulância pode ultrapassar uma hora em horários de pico."Salvar vidas exige pressa, estrutura e coragem política. E é por isso que seguimos lutando" , afirmou o vereador, que já apresentou ofícios, promoveu debates e realiza pressão pública por essa conquista.