Mauá

Santo André

De acordo com a Polícia Civil, as placas são compradas pela internet por até R$ 30

Santo André e Mauá somaram 563 flagrantes da mesma numeração BRA49CC

A circulação de motocicletas com placas irregulares voltou a chamar a atenção de autoridades no Grande ABC. Levantamento aponta que apenas duas cidades da região — Santo André e Mauá — flagraram 563 passagens da mesma placa adulterada, a BRA49CC, nos primeiros sete meses do ano.A fraude não é isolada. Na capital paulista, a Prefeitura registrou 11 mil ocorrências entre julho e agosto, sendo 9 mil ligadas especificamente à numeração BRA49CC. A situação acendeu o alerta para o uso disseminado de identificações falsas em motos de até 50 cilindradas, conhecidas popularmente como “cinquentinhas”.De acordo com a Polícia Civil, a facilidade de acesso ajuda a explicar os números. As placas decorativas podem ser compradas pela internet por valores entre R$ 20 e R$ 30. O cenário se agravou após a retirada do lacre metálico, em 2022, medida que antes dificultava trocas ou adulterações.No Grande ABC, o problema vai além de uma placa repetida. Dados oficiais mostram que cinco cidades somaram 1.207 registros de clonagem, adulteração ou obstrução de placas entre janeiro e julho. Ribeirão Pires não divulgou números, enquanto Rio Grande da Serra afirmou não ter câmeras em operação, mas prevê instalar 43 equipamentos até o fim do ano.Responsável pelo Centro de Operações Integradas de Santo André, Carlos Secco explicou que a combinação BRA49CC já está inserida no sistema de monitoramento municipal. Segundo ele, quando há confirmação de irregularidade, a Guarda Civil Municipal é acionada para fazer a abordagem.Diante da escalada de ocorrências, a Prefeitura de São Paulo chegou a enviar um ofício ao governo federal pedindo a volta do lacre em motocicletas. O objetivo é recuperar uma barreira de segurança considerada fundamental para coibir fraudes e ampliar a identificação de veículos irregulares nas ruas.