São Bernardo do Campo

 O vereador defendeu que os contratos mencionados pela operação sejam auditados diretamente pelo Legislativo

Pedido de investigação precisa de dez assinaturas para ser instaurado em plenário

A crise política em São Bernardo do Campo ganhou novo capítulo nesta terça-feira (19). Na primeira sessão da Câmara após a deflagração da Operação Estafeta, o vereador João Viana (Cidadania) apresentou um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar contratos firmados pela Prefeitura nos últimos cinco anos. A proposta precisa do apoio de outros nove parlamentares para seguir adiante.O requerimento ocorre em meio ao impacto das investigações da Polícia Federal, que resultaram no afastamento do ex-prefeito Marcelo Lima (Podemos), do presidente da Câmara, Danilo Lima (Podemos), e do vereador Ary de Oliveira (PRTB). O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) determinou as medidas cautelares após indícios de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro.De acordo com a PF, documentos apreendidos indicam Marcelo Lima como articulador central do esquema, enquanto o empresário Paulo Iran teria atuado na execução das movimentações financeiras. O ex-prefeito cumpre atualmente restrições judiciais e utiliza tornozeleira eletrônica.Para João Viana, a CPI seria um instrumento para dar transparência às investigações. O vereador defendeu que os contratos mencionados pela operação sejam auditados diretamente pelo Legislativo, ampliando a fiscalização sobre os atos da administração municipal.Outro debate levantado em plenário foi a possibilidade de suspender os salários das autoridades afastadas. O pedido foi protocolado por João Viana em conjunto com os vereadores Shell Gomes (Cidadania) e Luana Eloá (MDB). Caso a proposta avance, o Tribunal de Justiça será acionado para validar a suspensão dos pagamentos.Em São Bernardo, o salário bruto do prefeito é de R$ 30,6 mil, enquanto os vereadores recebem R$ 19,6 mil por mês. A medida, se aprovada, atingirá diretamente Marcelo Lima, Danilo Lima e Ary de Oliveira, que estão impedidos de exercer suas funções públicas.